sábado, 1 de novembro de 2008

Síndrome de monotonia cotidiana


A SMC é uma síndrome diagnosticada por mim, um estudioso sobre o nada. Ela se manifesta em pessoas que têm suas vidas totalmente sem graça. O causador da doença é uma reação psicossomática chamada rotina. Esta está intrinsecamente ligada a vida de um sujeito como um parasita. Essa síndrome se manifesta em pessoas que possuem uma conta bancária irrisória, que são desprovidas de uma beleza homérica e sempre estão fadadas a um cotidiano do qual elas não conseguem fugir. Imagine um sujeito que trabalha a semana inteira, pega o mesmo ônibus, vê as mesmas pessoas, ouve as mesmas reclamações do seu chefe, come no mesmo lugar, sempre com o mesmo preço do seu almoço, voltar para casa na mesma hora, atura a mesma esposa, com as mesmas reclamações, vai dormir na mesma hora para acordar cedo no outro dia e viver tudo novamente da mesma forma. Isso parece assustador? A Síndrome de monotonia cotidiana não afeta só as pessoas que têm suas vidas já estruturadas, mas sim qualquer sujeito que não tem o poder de fazer tudo diferente a cada dia. Você não pode mudar de emprego sempre, não pode pegar conduções diferentes todos os dias para chegar em casa, nem mudar de esposa toda vez que ela se transforma na sua mãe. A sensação de falta de atitude é um dos sintomas mais torturantes da SMC, pois não há como reagir a ela de forma em que você mude totalmente a sua rotina. Tudo o que acontece é você sair de uma rotina para entrar em outra. Se um sujeito pensa que ficando solteiro vai conseguir mudar totalmente a sua vida insípida, ele está redondamente enganado. Ou ele volta para a casa dos pais e atura a mesma ladainha da mãe ou mora sozinho e volta a passar pelos mesmos problemas de carência de quando estava solteiro. Porque a SMC só afeta os menos favorecidos economicamente? Porque você não pode ir às compras no shopping center toda vez em que estiver deprimido. A SMC afeta o sujeito até mesmo fisionomicamente, deixando-o com a famosa "cara de nada". Ela é uma doença cujo único meio de cura é feito por meios financeiros. Ou você acha que um sujeito que come caviar todos os dias, bebe o mesmo whisky Johnnie Walker, compra roupas nas mesmas lojas de grife, visita as mesmas cidades européias todos os anos, transa com as mesmas modelos, vai para as mesmas festas badaladas, e sempre está com a mesma cara de modelo da Calvin Klein, vai reclamar da vida?

O tédio...


é um sentimento humano, um estado de falta de estímulo, ou do presenciamento de uma ação ou estado repetitivo - por exemplo, falta de coisas interessantes para fazer, ouvir, sentir etc. As pessoas afetadas por tédio em caráter temporário consideram este estado muitas vezes como perdido, perda de tempo, mas geralmente, não mais do que isto. Alternativamente, alguns acham que ter tempo de sobra também causa tédio. Para as pessoas entediadas, o tempo parece passar mais lentamente do que quando elas estão entretidas. (fonte- wikipédia).
Cada pessoa, grupo social ou povo, reage ao tédio de maneira diferente. Exemplos? Vamos a eles. Os adolescentes reagem ao tédio com uma revista pornô no seu quarto numa tarde de domingo. As madames da high society reagem ao tédio com um cartão de crédito de limite altíssimo sendo explorado em um shopping center. Os funcionários públicos reagem ao tédio jogando baralho e navegando na internet. Os políticos reagem ao tédio desviando milhões de reais dos cofres públicos para as suas contas nas Ilhas Cayman. Os detentos do Bangu 1 reagem ao tédio ligando dos seus celulares de créditos intermináveis para executar algum x9 por aí. Os nerds reagem ao tédio jogando RPG ou lendo montanhas de revistas de Mangá. Os japoneses reagem ao tédio criando mais algum acessório tecnológico de celular que é totalmente inútil. A Paris Hilton reage ao tédio filmando suas transas e colocando na internet. E você, como reage ao tédio? Lendo esse blog?

Porque falar sobre o nada.


Primeiramente, antes de tudo. O nada é o príncipio de tudo e o fim do mesmo. Não existiria o tudo se não houvesse o nada. Precisamos sempre de um ponto de partida, ou melhor, um ponto de referência. Pelo menos é assim comigo, não sei se é com a maioria dos seres humanos ou pelo menos com a terça parte deles, ou pelo menos com um ser que não seja eu. O nada, digamos que seja o algo que faz partir a nossa reflexão. As pessoas mais felizes são aquelas que foram muito tristes. E que depois do nada nas suas vidas, qualquer piada é capaz de fazê-las se escangalhar de rir. Os homens mais safados são aqueles que não transaram a adolescência inteira. E que agora qualquer noite de sexo é como se fosse um acontecimento nas suas vidas. Exemplos e mais exemplos podem explicar o nada. Ele pode ser sentido naquele sábado à noite, naquela depressão que se instala no seu quarto e te faz ouvir músicas depressivas e achar que você é um ser largado no universo. E daí vem o existencialismo que te corrói e que te faz tomar um comprimido de Valium para acabar com as suas reflexões. O nada é o cara! Então temos que nos armar contra o nada e fazer com que ele fique bem longe de nós. Esse blog vai estudar o nada de forma divertida e descontraída.